Nos velhos altares pululavam deuses, tão sacros, decadentes,
tão decrépitos,
que se desvaneciam, já,
as suas vestes,
de maresia salpicadas.
Sacerdotes, trôpegos,
ainda oficiavam,
espalhando incenso,
salmodiando versos inaudíveis,
em línguas encantadas,
esquecidas,
fluidas,
mescladas de ontem.
Balbuciavam encantamentos,
encantos adentro
da flor do tempo
que ressaltava,
voraz,
no pó vetusto
que a cobria,
na secreta,
oculta meia-noite.
(imagem retirada da net)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
voraz é o pó dos verbos
que adjectiva deuses no esquecimento da língua
voraz
como a tesoura da memória
_____
beijo Jaime
Postar um comentário