Os trincos enferrujados
gemem-me nos tímpanos lúgubres.
Há estalidos de desesperança,
faíscam-me nos olhos cerrados.
As planuras esbatem-se
em fragas aprofundantes
alma adentro.
Ferrolhos ondulam-se
em escarpas silenciosas acolá,
aqui tão longe
que magoam uma sombra;
esforça-se ela por não o ser,
não mergulha nos ossos
que, mansamente, enrijecem
ao sabor de um tempo recuante.
Nada desponta
num plausível rendilhado antigo,
seco,
que já foi luz.
Eis-me aqui.
Um passo atrás
e detrás...
(escrito num Dia de Todos os Santos)
(imagem retirada da net: serra da Freita
no maciço da Gralheira-Portugal)
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3 comentários:
É um poema de silêncios de desesperança, em busca da luz perdida no tempo.
Muito bonito!
e a imponente paisagem recolhe a luz, adentra-se de um silêncio maior a oxidar uma alma de tempos antigos.
_____
um beijo Jaime
Caro Jaime, lindo poema e linda imagem, estilo GPS mesmo, pra localizr o leitor com o texto e com o local. Cada vez melhor teu trabalho. Breve estarei aqui também colaborando em nosso blog.
Um abraço, Zé.
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