quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

...rua

Sonhei uma álea,
quiosque de pastiches,
tinta-da-china,
linha quase dolorida.
Ao canto, numa frinja,
entre dois leões escapados do pó,
uma água-furtada espreita.
Para nada ou ninguém.
As quatro pessoas não passam;
sorriem ao nada,
ao infinitamente branco
dum enquadramento alegre,
entre gargalhadas espumosas.
Sempre uma sonhei assim a minha rua.
Qui-la assim,
assim ma deram.
Possuo-a
como o dedilhar,
amoroso, filigranado,
do mestre guitarrista,
na ternura envolvente do seu amor,
nos olhos que soerguem aquela álea,
a semiabrigam do sol,
lhe levam gotículas de água,
e suspiram de enlevo.

Um comentário:

José Antonio Klaes Roig disse...

A rua da minha infância
continua vivendo em mim
ainda que pareça a cada dia
com uma imagem de cartão-postal...

Um abraço,