Rua em que corri descalço, rua em que brinquei com a água empossada da chuva.
Rua que me levou a escola, rua que me trouxe de volta para casa.
Rua onde fui comprar pão, leite e o cigarro da mãe.
Rua onde fiz amigos, rua onde briguei.
Rua onde vi a menina passar e me apaixonei.
Rua onde sofri a desilusão do amor de menino, deixei de amar, e onde amei tantas outras vezes.
Rua da bola, do carrinho de rolimã, dos cavalos, das árvores e dos cães.
Rua dos meus irmãos, rua onde corri da surra da mãe.
Rua onde abracei e chorei, rua onde ri vezes sem fim.
Rua das lembranças, rua da minha eterna saudade.
Rua que já não encontro, quando para ela retorno.
Rua que hoje é sonho, sonho que foi e não volta mais.
Poesia de Luis A R Branco
Fotografia de Luis A R Branco
2 comentários:
Podia também ser esta a minha rua...
Pois, meu caro, a rua da nossa infância é (era) todo o nosso mundo!
Mas tudo mudou.
A nossa rua, hoje, na maioria dos casos, já é uma rua anónima.
Um forte abraço!
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