As linhas
Do teu corpo,
Desenhadas,
Como que talhadas
Por um deus
-com se tu fosses, na verdade,
Um anjo
Tanto que os lençóis
Em meu, antes, solitário leito,
São agora como que nuvens
E tu lá,
Serena
De tão puro e calmo,
Mais parecia que tu havias
Arrebatado a minha, antes, taberna,
Agora, templo teu,
Aos céus de tua também, antes, solitária morada
Em um súbito instante,
Porém, quase infinito,
Perco-me de mim e de tudo
O antes tão conhecido quarto,
É, agora, um mistério inteiro e sem fim
Em que só o teu cheiro me é familiar
Eu que agora aprenda a navegar.
07/09/2010
18:40