sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

nação, pátria

Para lá...
Sentou-se no lusco-fusco
entre duas pedras de maresia.
Um vento de além-vida
cobria-lhe gentilmente
os cabelos de sal.
Sentara-se ali
havia minutos;
trezentos e noventa anos antes;
uma memória vislumbrara
a nesga do porvir duma nação,
aquilo que a salvaria
de si mesma.
Um rei, um príncipe, um povo,
"uma Fé, um Império".
Sobrara o sonho, os cabelos salinos.
Um vento carregado de naus
enchia-lhe os pulmões;
o sentir
de uma História
que lhe era tão hereditária
como a cor dos cabelos de sal.
Uma Nação fora para lá de Alexandre,
no seu regresso trouxera o esquecimento
a que nem Alexandre fora votado.
"Malhas que o Império tece..."

Publicado por Jaime A. residente em Lisboa, Portugal, latitude e longitude: 38º72" Norte e 9º14" Oeste

3 comentários:

José Antonio Klaes Roig disse...

Caro Jaime, belo poema de estreia no GPS, para completar, só faltou uma imagem para ilustrá-lo.
Hoje, em um mundo globalizado, vivemos o dilema entre nação e pátria, das identidades literalmente em trânsito... Tema para muitos poemas. Bem-vindo ao GPS.
Um Abraço.

Jaime A. disse...

Olá José, pelo excesso de "mancha gráfica", optei pela simplicidade...
Nações sem raça, sem religião, com língua, isso sim!

Um abração

Carla disse...

belo poema...vou estar atenta a eswte blog
beijos