sábado, 12 de setembro de 2009

paseo del prado


Os trincos enferrujados
gemem-me nos tímpanos lúgubres.

Há estalidos de desesperança,
faíscam-me nos olhos cerrados.

As planuras esbatem-se
em fragas aprofundantes
alma adentro.

Ferrolhos ondulam-se
em escarpas silenciosas acolá,
aqui tão longe 
que magoam uma sombra;
esforça-se ela por não o ser,
não mergulha nos ossos
que, mansamente, enrijecem
ao sabor de um tempo recuante.

Nada desponta
num plausível rendilhado antigo,
seco,
que já foi luz.

Eis-me aqui.
Um passo atrás
e detrás...
(escrito num Dia de Todos os Santos)
(imagem retirada da net: serra da Freita
no maciço da Gralheira-Portugal)

3 comentários:

Lídia Borges disse...

É um poema de silêncios de desesperança, em busca da luz perdida no tempo.

Muito bonito!

maré disse...

e a imponente paisagem recolhe a luz, adentra-se de um silêncio maior a oxidar uma alma de tempos antigos.


_____
um beijo Jaime

José Antonio Klaes Roig disse...

Caro Jaime, lindo poema e linda imagem, estilo GPS mesmo, pra localizr o leitor com o texto e com o local. Cada vez melhor teu trabalho. Breve estarei aqui também colaborando em nosso blog.
Um abraço, Zé.